Os projectos de espaço público são mais que o que resulta de um desenho final. Evoluem em diversas etapas e com outros tantos agentes, partindo da definição do programa e dos objetivos a cumprir, para o processo de projeto e depois construção e uso, num ciclo de vida onde muitas mudanças podem ocorrer. De que forma são assegurados os valores e os serviços ao longo da vida do espaço público e como se relaciona este com as intenções, necessidades e recursos dos seus actores e agentes? Para identificar estas interacções temos de identificar e partilhar conceitos comuns de necessidade pública, serviço público, interesse público, recurso público… no contexto dos serviços e dos sistemas.
A questão prática do projecto é: Como identificar e diagnosticar problemas sistémicos do espaço público e desenvolver o seu potencial de serviço, como a necessidade de novos espaços, melhorar a sua frequência, diversidade e qualidade do uso, ou refazer continuidades?
Assim, os métodos de avaliação nas práticas do desenho urbano têm de incluir as relações entre o sistema de espaço público e outros sistemas urbanos espaciais – paisagem, infraestrutura e outras dimensões – a partir de um conhecimento interdisciplinar operativo para lidar com um contexto urbano sempre em mutação onde as perspectivas e ferramentas reducionistas não são suficientes. É o problema a resolver.
A inovação central do projecto é ir além das actuais práticas de avaliação do espaço público e adaptar o potencial do espaço público a condições urbanas emergentes. A necessidade de ferramentas novas vem também de novos tipos de espaço público (que alargam a própria noção para sistemas e para escalas como a metropolitana), e dos seus conceitos de valor, como um sistema de continuidades colectivas e um processo de estruturação das necessidades.
Qual o objectivo geral do projecto?
1: Dar conteúdo aos conceitos de “sistema” e “serviço”, integradores do padrão de diversidade e compatibilidade dos usos comuns ou colectivos do espaço público.
2: Promover articulações deste com outros sistemas urbanos considerando a sua vocação e potencial, para ampliar opções de optimização e adaptabilidade (mobilidades compatíveis, coesão socio-ambiental, atracção e acesso, identificação e apropriação).
3: Apoiar estratégias de relação (sistema e componentes) no ciclo de vida do espaço público, com um racional de custo-benefício, integrando múltiplas dimensões (morfológica, estética e funcional, infra-estrutural e tecnológica, social e económica, simbólica e cultural).
A estratégia e metodologia da investigação abordará o processo de produção do espaço público, os seus usos e valores ao longo do tempo, visando perspectivas e objectivos dos actores e destinatários. A complexidade do espaço público, como sistema adaptativo, impõe o recurso à interacção disciplinar.
Os produtos finais do projecto são dirigidos a actores profissionais, empresariais, institucionais e usuários. O impacto do projecto estará na construção, demonstração e divulgação de conceitos e ferramentas com referências sistémicas de serviço, viabilidade social, económica, ambiental.